Novo. Inovador. Surpreendente… O conceito de «concerto» foi completamente revolucionado pelos U2. A banda irlandesa iniciou ontem a digressão «360º Tour», em que os 360º têm duplo significado. Por um lado, a banda de Bono vai dar a volta ao Mundo com esta digressão. Por outro lado, o palco em que actuam é completamente futurista, rompendo com os tradicionais palco s. O palco é aberto em todas as direcções, cobrindo de forma igual a visão a todas as pessoas que assistam no estádio. O palco é colocado, desta forma, no meio do estádio, e não num dos extremos. A experiência 360º é partilhada não só pela abertura do palco, mas ainda por um ecrã circular gigante em rotação permanente, que permite a chegada de imagens a todo o estádio em simultâneo. O palco é uma estrutura gigantesca, com quatro patas, passadeira circular, duas pontes que giram, e o ecrã gigante ao centro na parte de cima. A estrutura foi inspirada nos trabalhos de Gaudi, sendo portanto apropriado o concerto inaugural na sua cidade, Barcelona, em pleno estádio Camp Nou.
Começaram poderosos com “Breathe”, passaram a “No line on the horizon” e puseram toda a gente em delírio com as guitarras estridentes de “Get on your Boots e “Magnificent”, todas do último álbum “No Line On The Horizon”. Bem ao seu estilo, os U2 arrasaram com um concerto muito activo, muito energético e electrizante. Pelo meio, houve trechos de mensagens solidárias, chocando e alarmando para a pobreza, e a dedicatória de «Angel of Harlem» a Michael Jackson, com dedicatória especial de Bono, que o caracterizou de «very talented» (muito talentoso). A meio do concerto, os U2 voltaram a fazer algo 100% inédito. Ligaram em directo à Estação Espacial Internacional, e falaram em directo, via satélite, com os astronautas em órbita. Os astronautas descreveram o aspecto externo da Terra, e desta forma abriram o aviso de Bono quanto às questões ambientais, que não podem ser tomados por irreais. Com a ajuda dos cientistas, Bono consciencializou o público, e continuou com o concerto, fechando-o com chave de ouro: os seus grandes clássicos…