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Earl (Magnum)

Não percebia. O diamante é um composto de carbono, pelo que a exposição à chama o destrói. No entanto, aquele não se destruía. Já tinha gasto quase toda a sua caixa de fósforos, e nem uma mancha, nem uma deformação, nem uma diferença... O ‘coração’ de Magnum continuava inalterado. Será que Dyamüs já tinha conseguido destruir as seis pequenas peças que ladeavam o ‘coração’ que ele tinha na mão? Sendo que ignorava tudo o que a sua irmã tinha feito depois da última carta, em que haviam decidido destruir de vez Magnum, decidiu que se devia apenas preocupar em cumprir a sua parte: destruir a parte central do diamante. Mas não fazia a mínima ideia de como o fazer, já que a forma cientificamente convencional de destruir um diamante havia falhado. Ou será que estava a confundir o diamante com outro material?

Duvidava agora dos seus conhecimentos, das vagas memórias de aulas de Físico-Química, dos livros que havia lido, e das pesquisas que havia feito quando soube da existência de Magnum. Por muito que a lenda exigisse uma destruição do Diamante num Vulcão, as altas temperaturas da labareda também o deveriam destruir. Decidiu recorrer à Internet para tirar a dúvida: Estaria ele a cometer um atentado contra a Ciência, pensando que o Diamante se destruía com a exposição à chama? Recorrendo à Wikipédia, chegou á página do Diamante, onde se lia:

“O diamante é uma forma alotrópica do carbono, de fórmula química C.

Cristaliza no sistema cúbico, geralmente em cristais com forma octaédrica (8 faces) ou hexaquisoctaédrica (48 faces), frequentemente com superfícies curvas, arredondadas, incolores ou coradas. Os diamantes de cor escura são pouco conhecidos e o seu valor como gema é menor devido ao seu aspecto pouco atractivo. Diferente do que se pensou durante anos, os diamantes não são eternos, pois o carbono definha com o tempo, mas os diamantes duram mais que qualquer ser humano.

Sendo carbono puro, o diamante arde quando exposto a uma chama, transformando-se em dióxido de carbono. É solúvel em diversos ácidos, e infusível, excepto a altas pressões.”

Ah! Pois é! Ele bem sabia… Não era, então, um erro seu. Aquele Diamante não se destruía nem da forma cientificamente dada como certa, nem como a Lenda determinava: a altas temperaturas. Impossível... Seria Magnum indestrutível? Tentava agora lembrar-se de cada um dos livros que tinha lido sobre o sobrenatural Diamante. Nenhum deles dizia que Magnum era indestrutível. Então lembrou-se... Magnum tornar-se-ia indestrutível num período de mil anos após ser utilizado. Teria alguém, nos últimos mil anos, usado o Diamante? Não cria. A mesma referência, em todos os livros que tinha lido, dizia que, caso estivesse neste estado de indestrutibilidade, o ‘coração’ de Magnum que Earl tinha mão, estaria com uma cor vermelho-sangue, e não rosa, como de facto se encontrava.

Afastada esta possibilidade, o que se passaria com o Diamante? Por que é que não podia ser destruído com a chama? Mais uma vez, tentou lembrar-se de todos os livros que referiam o Diamante. Todos eles referiam o Vulcão ou as chamas, traduzido cientificamente por altas temperaturas. Todos? De repente, um arrepio doloroso trespassou Earl. Não! Todos menos um... Lembrou-se então que ele e a irmã tinham desprezado Magnum – o livro, porque este apresentava inúmeras disparidades com os restantes livros que referiam a Lenda do Himalaias. Este livro, por eles desprezado, era tão diferente dos restantes (que condiziam entre si), que não tinham hesitado em pô-lo de parte... Um erro? Talvez... Uma série de pensamentos surgiam na cabeça de Earl... Se os outros livros estavam errados, e Magnum – o livro poderia estar correcto, ele e a sua irmã tinham andado sempre enganados em relação ao Diamante!?... Estariam eles errados quanto ao seu poder? Haveria algo que eles não soubessem? Que mais mistérios ou assombrações lhes traria Magnum?

Earl esforçou-se ao máximo para se recordar do que dizia Magnum – o livro, mas nada lhe surgiu. Tudo era tão dísparo em relação ao que os outros livros diziam, que, para além de o ignorar, facilmente esqueceu o que dizia. Lembrava-se, no entanto, da capa do livro. A capa era grossa e pesada, em pele negra. Inscritas a dourado, estavam as palavras Magnum – o livro. Lembrava-se também da etiqueta que se apresentava no canto inferior direito da capa do livro. Era branca, e, num misto de números e letras, aparecia a referência ‘National Library of Nepal’. Não havendo tempo a perder, era para lá que iria... Tinha que tirar tudo a limpo!

Ia abandonar a sua casa mais uma vez. Ao contrário de Dyamüs, Earl esperava voltar. Earl era, na verdade, menos preocupado que a irmã, e, apesar de viver naquela casa isolada, nos confins de uma cadeia montanhosa pelo Norte de Portugal, fazia as suas compras em supermercados como qualquer outra pessoa (apesar de nunca ir duas vezes ao mesmo sítio, de forma a não ser facilmente reconhecido, fosse por quem fosse – não fossem os seus perseguidores estar num dia de sorte...), utilizava o computador e a Internet (wireless), e tinha energia eléctrica em casa (fornecida por uma torre eólica e um painel fotovoltaico); ao contrário da sua irmã, vivia uma vida normal. A casa era escondida por árvores, e a torre eólica não iria chamar a atenção a ninguém, uma vez que no Norte de Portugal existem vários complexos de produção de energia através do vento.

Pegou numa mala e, serenamente, preencheu-a com alguma comida, roupa, produtos de higiene, e algumas coisas desnecessárias que podem dar jeito. Quanto ao diamante... Levava ou deixava? Este pequeno impasse deixou-o pensativo por um pouco. Levá-lo ‘de viagem’ era arriscado, mas deixá-lo poderia ser ainda pior! E se lhe descobrissem a casa? Bem... O melhor era levá-lo consigo; não fosse o diabo tecê-las...

Partiu ao pôr-do-sol, esperando um novo amanhecer...

Ás portas da Morte (Magnum)

Dyamüs não suportava o peso da decisão. Sabia que fosse qual fosse a opção que tomasse, se iria arrepender no futuro. As questões assolavam-lhe o pensamento como o fogo assola uma floresta. Sentia-se a colapsar... Estava sem solução para um problema, o que nunca lhe tinha acontecido.

‘Minha querida... Vais dar-me o diamante ou tenho que me despedir do teu amiguinho?’

‘Eu...’ – Dyamüs não sabia o que dizer; não sabia como reagir; não sabia o que fazer. Arriscar a vida de toda a Humanidade estava fora de questão! Mas como iria sair dali com o diamante em segurança? Não fazia ideia, mas tinha que conseguir! Caso contrário, a sua luta teria a repercussão oposta àquela que esperava... Ao recuperar Magnum, teria causado, em vez de salvamento, a sentença... Não, não, não! Tinha que conseguir sair dali com o diamante. Tinha que conseguir... Tinha que conseguir! Tinha que conseguir, mas não via como... Era quase impossível. O cenário, só por si negro, tornava-se pior ainda aos olhos desesperados de Dyamüs. Sofria como nunca, e a ira começava a invadi-la... Será que nem quando se pratica o bem se pode ser ‘ajudado’ pela sorte? Parece que quanto mais altruísta se é, mais o azar se apodera de nós, e mais pessoas rudes aparecem... Terão as boas acções uma espécie de atracção pelas pessoas más? Talvez funcione como um imane: o pólo positivo atrai o pólo negativo, e repele o positivo. Bem, mas que tese... Numa circunstância normal, Dyamüs teria esboçado um sorriso ao pensar em tal coisa, mas a extrema pressão a que estava submetida, congelara-lhe o rosto, que cada vez mais se tornava pálido e inexpressivo. Dyamüs olhou Jazno, mas a expressão lívida de Jazno, nada lhe transmitiu. Talvez um pouco mais de dúvida, e sentido de responsabilidade; ou seja, piorou o já muito afectado humor de Dyamüs, cada vez mais alterado, cada vez mais raivoso, cada vez mais desesperado... Tinha de tomar uma decisão, e rápido! Tomou finalmente uma decisão: não ia arriscar todas as vidas humanas do planeta... – ‘Não! Não entrego!’ – Falou a soluçar, e com as lágrimas a percorrerem cada vez mais abundantemente o seu rosto claro. Vociferou estas palavras, e logo se arrependeu. Adamastor fez sinal a um dos seus Tormentors, que cortou o fino fio que prendia Baltazar ao candeeiro da recepção. Baltazar caiu, batendo com a cabeça no chão, o que produziu um estalido assombroso provocado pela quebra do seu pescoço, à qual se seguiu o estrondo provocado pela queda do resto do corpo. Agora, para além de partido, ensanguentado e inconsciente, Baltazar estava certamente morto. Caiu tão perto de Dyamüs e Jazno, e com uma força tal, que estes foram salpicados com diversas gotas de sangue fresco. Dyamüs deu um grito aterrador, e Jazno cambaleou. Depois, inclinou-se e vomitou com uma intensidade tal, que quase caiu para a frente. Estava aninhado ao lado de Dyamüs, que se sentiu ainda mais agoniada. O cenário era, para além de assustador e desolador, nojento. Já não bastava o panorama de destruição, das pessoas feridas (ou mortas) e dos feiíssimos Tormentors, juntara-se agora um volume inacreditável de vomitado para o anojar mais ainda. Dyamüs não foi resistente, e também ela acabou por vomitar o pouco que tinha no estômago. Passado algum tempo, já não vomitava, mas os movimentos continuavam. ‘Vomitava em seco’. Os impulsos eram tão fortes, que nem conseguia gritar. Agora é que não conseguia mesmo pensar, nem decidir, muito menos agir! Para além de todas as aflições que já a assolavam, juntava-se agora o peso pela responsabilidade na morte de Baltazar, o descontrolo emocional, e as fortes náuseas. Desmaiou por fim, e desejou a morte como nunca antes tinha desejado.

Capítulos anteriores: Magnum

(Eduardo) Jorge e Mélanie Fernandes

Sob Pressão (Magnum)

Dyamüs tinha acabado de acordar. Estava cheia de sono, mas um grande dia a esperava… Espreguiçou-se com grande satisfação. Já nem se lembrava de dormir num colchão!... Os seus olhos teimavam em não abrir definitivamente. Aquele peso, como chumbo, que lhe puxava todos os dias as pálpebras contra as pestanas inferiores, não a deixava levantar-se. Lá se levantou. Jazno acordou quando Dyamüs voltava da casa de banho, onde tinha estado a tomar banho. Já estava vestida e pronta para ir tomar o pequeno-almoço.

‘Vai tomar banho num instante que eu espero por ti aqui’ – pediu Dyamüs a Jazno. Jazno foi, ensonado, e voltou, já acordado. Estava ainda todo molhado, e em tronco nu. Trazia apenas a toalha pela cinta, e olhava Dyamüs com um misto de carinho e sensualidade. Jazno amava Dyamüs desde pequeno, e nunca o tinha escondido. A água escorria-lhe lentamente pelo músculo propositadamente contraído. Aproximou-se, passo a passo, lentamente, de Dyamüs. ‘Amo-te’ – disse. Esperou por uma resposta de Dyamüs, mas como esta não surgiu, Jazno aproximou-se dela de tal forma, que já lhe tocava. Pegou nas suas mãos, e encostou os seus lábios nos dela. Mas Dyamüs fugiu. Corria já pelo corredor fora... O coração de Dyamüs estava de tal forma preenchido com a força, a justiça, a liberdade, e a amizade, que não tinha espaço para amor. Dyamüs era bem sucedida nas suas lutas, porque renunciava a relações. Não se prendia a ninguém. Não temia morrer. Sentia, mas tentava evitar o sentimento, fosse ele qual fosse. Sentia que o amor a desviaria. Teria de ser forte, e continuar, firme, no seu lugar. Ela não tinha nascido para amar. Tinha nascido para ajudar. Para lutar. Para vencer!...

Dyamüs corria, escadas abaixo. Chegou à zona da recepção da pensão, e sentou-se na escada, no escuro, a chorar. Jazno era, a par de Earl, a pessoa de quem ela mais gostava; a pessoa pela qual ela tinha mais respeito; a pessoa pela qual mais consideração tinha; a pessoa com quem mais se identificava... Significava muito para ela. Mas não o amava! Nem queria amá-lo... Ficou ali, na escada, a chorar, sentido um peso gigantesco no peito, misto de culpa, de falta de coragem para arriscar, de receio, de pressão... muita pressão!...

Jazno chegou. ‘Desculpa’ – disse. – ‘Eu sei que te pressionei. Desculpa, desculpa, desculpa... Não sabes como me sinto mal de te ter pressionado, de ter mais uma vez tentado que me amasses, que sentisses o mesmo que eu... Desculpa!’. Fez uma longa pausa, esperando mais uma vez resposta de Dyamüs. Como não surgiu, ligou a luz. Dyamüs não contava responder, mas nem que o quisesse fazer, não o conseguiria. Todas as palavras que poderia usar ter-lhe-iam fugido, devido ao choque que o cenário que a luz lhe tinha trazido, lhe provocara. Baltazar estava pendurado por uma perna no majestoso candeeiro central da recepção da Pensão. Escorria sangue e estava amordaçado, com uma expressão de dor. Por baixo dele, Tormentors. Muitos Tormentors! Dyamüs e Jazno não reagiram. Chocados, olhavam fixamente para Baltazar, que estava inalcançável. Pela descrição do dia anterior, perceberam que aquelas criaturas eram Tormentors. Não percebiam nada. Por que é que os Tormentors estavam tão interessados a olhar para eles? E por que é que tinham prendido Baltazar se a sua estratégia tinha sempre sido indirecta? O cenário era arrepiante. Toda a entrada da pensão tinha sido destruída. A própria parede que separava este compartimento de um quarto, estava desfeita no chão, sendo a destruição visível em cada objecto. Havia diversas peças a arder, ainda que com labaredas bastante tímidas. Estava um calor intenso, o qual lhes tinha passado despercebido antes de a luz se acender. Mesmo junto a eles, atrás do corrimão, encontravam-se um telefone completamente partido, e os cadernos, lista telefónica e documentos de Baltazar, rasgados e queimados. A um canto, estava uma velhota, presa à parede por uma perna de uma mesa partida, que lhe trespassava o abdómen. Não conseguiram perceber se estava morta ou viva, mas o que é facto é que os ferimentos que apresentava eram extremamente graves, principalmente a ferida do abdómen, de onde brotava abundantemente sangue. Baltazar olhava fixamente para a senhora do canto; ela parecia olhar para os Tormentors; e os Tormentors olhavam para Dyamüs e Jazno. E estes dois continuavam estáticos, sem saber o que fazer perante tal situação... Esperavam que algo acontecesse, para saber como reagir. Um dos Tormentors tomou a iniciativa...

‘Olá, caros amigos! Benvindos à minha casa improvisada... Suponho que não saibam por que razão estou aqui hoje... Chamo-me Adamastor, e sou o Rei dos Tormentors. Não sei se sabem o que somos, mas se não souberem, também não faz diferença... O que eu quero, não depende disso... Vou ser bastante directo, cara amiga: Dá-me o diamante!...’

Dyamüs foi claramente surpreendida. Não esperava, de todo, que aquilo pudesse acontecer. Não sabia que fazer. Não podia, de todo, dar os diamantes a Adamastor! Decidiu questionar: ‘O que é que tu sabes sobre o diamante?’

‘Tanto quanto o teu amiguinho... Sei tudo o que lhe disseste ontem! Digamos que oiço bastante bem à distância... Mas nada disso interessa! Dá-me o diamante!...’ – Adamastor começou a falar mais alto. Começara a perder a paciência...

‘Nunca!’

‘Pois claro... Então e se eu der uma ajudinha ao teu amigo Baltazar a sair de lá de cima? Provavelmente vai subir ainda mais... mas só de espírito!’ – Adamastor riu-se às gargalhadas. Dyamüs não sabia o que fazer, e tinha cada vez mais dúvidas. Baltazar tinha sido uma pessoa fenomenal para eles no dia anterior, e aparentava ser uma pessoa simpática, pacífica e simples. Iria deixar ela que ele morresse? Mas também não poderia salvar Baltazar, comprometendo o futuro de toda a Humanidade!... Poderia no entanto salvar Baltazar, e depois recuperar o diamante salvando a Humanidade. Mas valeria a vida de Baltazar o risco de todas as outras? Mas mesmo que sacrificasse Baltazar, como sairia dali? Não estaria na mesma a pôr todas as vidas em risco? Dyamüs não se esclarecia. Apenas se confundia, mais e mais... Mortes, ia haver... Mas quais? E quantas? Estava tudo nas mãos de Dyamüs. O que é que iria fazer?

Mélanie Fernandes e (Eduardo) Jorge; Capítulos anteriores: Magnum

'Tormentors – A casa real’ (Magnum)

Dyamüs estava claramente com dificuldades em começar... Nem sempre é fácil falar, mas desta vez era demais!... Custava-lhe tocar no assunto. Jazno seria a primeira pessoa com quem se abriria realmente... Olhava o quarto com visível nervosismo. Apreciava os quadros, as paredes, e tudo mais que servisse de pretexto para não falar. Mas tinha que falar... Não era justo para Jazno continuar na ignorância sobre o que ambos andavam a tentar fazer.

Apesar de passar despercebido, até porque se encontrava escondido, um Tormentor observava Jazno e Dyamüs. Era costume na pensão. Muitas vezes os Tormentors descobriam segredos dos hóspedes, e utilizavam-nos de seguida de forma a destruir-lhes a vida. Para o Tormentor, estes seriam apenas mais uns…

Dyamüs preparava-se para começar. Respirou profundamente. Olhou Jazno nos olhos, e começou finalmente: ‘Eu… Eu e o meu irmão, Earl, procuramos e encontramos o lendário diamante Magnum. Este Diamante é, para muitos, apenas parte de uma Lenda dos Himalaias, mas esta suposta lenda não passa da mais pura das verdades!... Mas bem... comecemos pelo princípio. Tudo começou quando eu e o meu irmão soubemos da existência de uma seita que procurava o Diamante. Nós próprios não acreditávamos na sua existência, até conhecer este caso dos Experts, que o procuravam ansiosamente. Este grupo é formado por cientistas, historiadores e políticos de grande relevo internacional; Estes últimos procuram uma nova arma que lhes permita um domínio total sobre os seus inimigos. Os cientistas querem perceber o funcionamento deste estranhíssimo artefacto, e os historiadores estão interessados em conhecer a sua importância no passado. Aliaram-se todos nesta seita para lhe deitar a mão e partilhar o seu poder. Magnum seria de facto o ideal para todos eles. Mas algo com o poder deste diamante nas mãos de alguém que provocasse a Guerra, a dor e o mal, tornar-se-ia no desastre total para todo o Mundo. Eu e o Earl, meu irmão, decidimos então que teríamos que os impedir de o conseguir. Afinal de contas, os nossos pais sempre nos educaram no sentido de proteger os outros. Pois bem... após uma pesquisa de quase um ano, partimos à procura do Diamante. Tínhamos quase a certeza quanto à sua localização, mas não havia certezas absolutas. Partimos em sua busca, e, como já percebeste, encontramos o diamante. O diamante é constituído por sete partes. Uma parte central, que é a parte mais importante do diamante, e seis outras pequenas partes, cada uma com sua cor, que completam o diamante. Apenas se estiver completo, o diamante alcança em pleno as suas potencialidades. Magnum permite um controlo sobre a Natureza, e sobre o tempo. Mais especificamente, permite distorcer o tempo. Não se pode avançar ou recuar no tempo, mas pode-se fazer com que um segundo passe num ano ou vice-versa, sendo que apenas tu, e quem tu escolheres, sente essa alteração. Os outros continuarão a viver o tempo normalmente, e ver-te-ão a movimentar extremamente rápido, sem de facto se aperceberem do que se passa. Se tiveres apenas a zona central do diamante, podes controlar de forma regional e limitada a Natureza. Quando descobrimos o diamante, eu e o Earl decidimos que teríamos que nos separar. Eu ficaria com os seis pequenos diamantes e ele com a parte central. Cada um de nós esconder-se-ia depois numa zona remota, onde não nos pudessem encontrar. Deixaríamos passar a vontade da seita em encontrar o diamante, e aí destrui-lo-íamos em segurança. O diamante é destruído apenas se for derretido. Ao ser derretido, não volta à forma original, uma vez que o diamante é um mineral extremamente raro, e que necessita de condições muito exigentes para se formar. Uma vez derretido, não passa de um simples composto de carbono como a grafite. Este diamante só pode ser destruído se estiver inutilizado num período de mil anos. Por isso é que não o podemos utilizar de forma a destruir a seita. Seria depois impossível destruí-lo. E enfim... Estive mesmo quatro longos anos naquela horrenda cabana. Eu e o meu irmão mantivemo-nos sempre em contacto, e recebíamos sempre as notícias que a seita não tinha desistido. A certa altura, descobriram que nós tínhamos o diamante. Tinham descoberto o local onde o diamante estava e viram que já lá não se encontrava. Pouco tempo depois souberam do nosso desaparecimento, e facilmente relacionaram. Procuraram-nos com a ganância de vir a ter o diamante nas mãos. Quando soube que tinham descoberto onde eu estava, mandei-te uma carta a pedir ajuda. E chegaste mesmo a tempo! Neste momento, o nosso objectivo é cada um de nós, eu e o Earl, destruir a sua parte do diamante. Não vale a pena estarmos à espera que os Experts (como se auto-intitulam) desistam, porque isso não vai acontecer!... E pronto... O resto já sabes. Depois estiveste comigo... ’

‘Pois... bem, mas que história! Não estava a ver a situação tão complicada!... Estou a ver que temos um longo trabalho pela frente, não é? Evitar os Experts, e conseguir chegar a uma cratera de vulcão activo, que é a zona onde se pode derreter um diamante... Bem... Fácil não vai ser, mas eu estarei sempre aqui a teu lado! Conta comigo!’

Dyamüs sorriu. ‘Obrigada, Jazno. Tens sido crucial neste percurso louco, destas últimas horas... Obrigada!... ’. Concluíram a conversa com um longo abraço...

O Tormentor que os vigiava nunca pensou ouvir uma conversa daquele género. Sem hesitar, lançou-se pelo cano abaixo e correu pelo escuro. Não podia esperar nem mais um minuto para contar tudo aquilo ao seu chefe. Movimentava-se, tal como os outros Tormentors, de forma astuta e silenciosa, quase despercebida... Parou. Tinha chegado ao seu destino.

Entrou por uma pequena toca, que desembocava numa fenomenal estrutura subterrânea. Era a Casa Real dos Tormentors. Era ali que vivia o Rei dos Tormentors, Adamastor, e a sua família. As paredes eram ricamente ornamentadas, e terrorificamente decoradas. O vermelho era a cor predominante na sala que de luz, pouco tinha...

O Tormentor que tinha vigiado Dyamüs e Jazno pediu que chamassem Adamastor, e rapidamente o pôs a par da história que havia ouvido. A história de Dyamüs e Jazno não tinha deixado o Rei nada indiferente... Era visível o brilho nos olhos de Adamastor. Estava em alvoroço! Não passou muito tempo, decidiu que teria de deitar as mãos ao diamante. Já traçava um plano para conseguir juntar as duas partes, e assim ter todo o poder para trazer a infelicidade aos seres humanos e animais. Sabia que não poderia matar Dyamüs, porque sem ela nunca encontraria Earl. Também não convinha assassinar Jazno, pois ele é que ajudava Dyamüs, e, sem ele, ela poderia desistir. Mas tinha de ter o diamante! E precisava de submeter Dyamüs a uma forte ameaça. Uma ameaça de morte!... Repentinamente, lembrou-se. Podia perfeitamente ameaçar Dyamüs com a morte de Baltazar! Afinal de contas, se o dono da Pensão morresse, até nem lhe causava qualquer transtorno; pelo contrário... E pronto! O plano estava traçado. Seria pela manhã... Quando Dyamüs fosse a abandonar o Hotel, pedir-lhe-ia o diamante, ameaçando a morte de Baltazar. Será que Dyamüs ia ceder?

Mandou reunir e preparar os seus Tormentors. Iam partir... Sem piedade, sem pena, sem medo, sem calma, friamente... Cheirava a Morte em Gwenvim!...

(Para ver todo o livro: Magnum)

Mélanie Fernandes e (Eduardo) Jorge

'A pensão' (Magnum)

(Este é o 3º capítulo do 'livro' 'Magnum' que estamos a lançar no blog. Para ver todos os capítulos anteriores, clicar em Magnum.)

Entraram... A pensão era gelada: em todos os sentidos, e por toda a sua extensão... O agradável calor do exterior era, claramente, passado para Jazno e Dyamüs... Aquela entrada era fria e escura, mas sem dúvida espantosa... As duas pequenas janelas frontais formavam a ténue iluminação que pouco lhes permitia vislumbrar... Estavam claramente sozinhos na descomunal entrada, que tinha pelo menos 4 metros de altura... Tudo era construído em pedra natural e maciça de um negro-carvão. O enorme candeeiro central, de cristal, tinha obviamente caído em desuso... Como é que era possível que alguém gostasse daquela escuridão? O mais provável era nunca obterem resposta... Mas também não se preocuparam muito com esta questão... Olharam bem para todo aquele gigantesco compartimento. Agora, teriam que ‘confirmar entrada’ no hotel, com alguém que, supostamente, estaria na recepção...

Ouviram passos. Subitamente, ouviram um estrondo. A porta fechara-se atrás deles!... Um vento súbito e gelado atingiu-os de forma rápida e cortante... Jazno virou-se. Tentou abrir a porta, mas esta não cedeu... Tentou arrombá-la, sem êxito... O pânico começava a apoderar-se deles... Jazno começava então a pensar na coerência daquela viagem... Estava a arriscar-se pela amiga que julgava morta, que durante anos não lhe falou, que tinha um propósito para ele desconhecido, que vivia numa de zona de trevas há largos anos... Deveria ele ter embarcado com Dyamüs naquela louca viagem até ali, curta, sem conhecer sequer as razões da mesma? Estava a arriscar a sua vida por algo que desconhecia? Estaria ele a sobrevalorizar a amiga? Ambos se enervavam cada vez mais. Estavam agora na completa escuridão, pois também as portadas das janelas se tinham fechado. Dyamüs também estava inquieta nos seus pensamentos... Por que é que os habitantes daquela aldeia lhes recomendariam aquela pensão se conhecessem o seu assombro? Ou estaria ela a exagerar e aquilo era ‘normal’? Ou estariam os habitantes combinados com os donos da pensão? Nada fazia sentido nas mentes de Jazno e Dyamüs.

Mantinham-se perplexos e no completo silêncio. Tinham realmente sido surpreendidos. Já não tentavam sair dali... De certa forma, e sem o querer admitir, conformaram-se com a situação; viam que nada podiam fazer, e teriam que esperar que algo acontecesse. Ouviram mais passos. Sentiam algo a aproximar-se. Entretanto, apareceu alguém.

‘Boa noite... ’ – disse calmamente - ‘Sejam bem-vindos!’ – a calma da fala daquele velhote, contrastava com a velocidade dos acontecimentos anteriores... Apesar de não o conseguirem ver, simpatizaram de imediato com o senhor que tinha uma voz serena e encantadora... – ‘O meu nome é Baltazar. Sou o dono desta pensão... ’ – Ligou a luz. – ‘Ai ai, estes Tormentors... Dão-me cabo do negócio!’ – Abriu as portadas das janelas – ‘Eu bem tento acabar com eles, mas não é nada fácil... Eles são peritos em fazer o pior, e em destruir tudo e mais alguma coisa... ’

‘Desculpe, mas... o que são Tormentors?’ – perguntou Dyamüs.

‘Bem... Os Tormentors são, no fundo, uma experiência falhada de um cientista francês, realizada em 2004.’ – Fez uma pausa. – ‘Benoît pretendia criar uma nova espécie animal, que doasse órgãos a humanos como se fosse um humano, mas tivesse apenas instintos de animal e uma baixa sensibilidade, através da manipulação do sistema nervoso. No entanto, Benoît falhou. Criou estas criaturas horrendas que têm inteligência humana, mas zero de sensibilidade e sentimentos. Resultado: fazem o mal, são resistentes, não sentem dor nem remorsos... Enfim!... Quando Benoît percebeu o que tinha criado, não podendo destruir a sua criação, decidiu trazê-los aqui para os Himalaias, uma das zonas mais isoladas do mundo, de modo a privar a maioria da espécie Humana do contacto com estes animais. O que vale é que estes animais existem em muito pequena quantidade; devem existir cerca de 100 exemplares em todo o Mundo, estando todos eles aqui em Gwenvim, e em Casion; ambas as aldeias pertencentes á cordilheira dos Himalaias. E eu que leve com eles!... Tento mandá-los sempre embora, mas é muito complicado... Eles gostam de fazer mal às pessoas, e como eu uso os lucros da pensão para ajudar as pessoas mais necessitadas de Gwenvim, eles atacam-me a mim, afugentando os clientes, conseguindo assim fazer mal a muita gente com um simples gesto... ’

‘Pois... nós percebemos. Nós vamos ficar! Era um quarto duplo de camas separadas, por favor... ’ – pediu Dyamüs. Baltazar reagiu de imediato, recolhendo alguns papéis, e informando Dyamüs e Jazno das regras, preços e horários da pensão. Os dois viajantes pareciam bem mais aliviados agora... Receberam a chave do quarto. Subiram pelas escadas e instalaram-se no quarto de número 69.

Resolvido o mistério que fatigava a mente de Dyamüs, estava na altura de Jazno se saciar também intelectualmente, e perceber toda a história em que se tinha metido... Olhou de forma intensa para Dyamüs. Era a hora da verdade!

Queremos agradecer a todos os comentários de enorme incentivo que nos dirigiram nos posts dos capítulos anteriores, e esperamos que continuem a acompanhar a história, e a comentar cada capítulo de Magnum! Obrigado!

(Eduardo Jorge e Mélanie Fernandes)

'Gwenvim' (Magnum)

(Eis o 2º capítulo do nosso livro online... Antes de ler este post, ler o anterior 'A fuga' (Magnum))

A aldeia parecia agitada... Os habitantes de Gwenvim andavam a passo rápido, e não paravam por um segundo. Nem com cumprimentos, nem com conversas de cortesia se pareciam preocupar...

Jazno e Dyamüs tinham acabado de chegar. Seguiram as indicações dos habitantes, em direcção a uma pensão, onde passariam a noite... A pensão era simplesmente assustadora! Qualidade, não seria com certeza a palavra da casa!... No entanto, não havia nenhuma outra na pequena aldeia... teria mesmo de ser ali!... Era de tal forma chamativa, que preferiram ir tratar dos assuntos pendentes antes de fazer o ‘check in’.

Precisavam de um carro. Já não suportavam andar de cavalo... Já tinham algumas dores, e o cavalo não é propriamente o transporte de eleição do século XXI...

Abordaram diversas pessoas; finalmente, encontraram alguém que tinha um carro para venda. Pela descrição do camponês, o carro não era mau de todo, e convinhamos que ficava em conta... Seguiram o camponês até casa. A casa era velha e pobre, mas extremamente acolhedora... Lá, viram o carro mais em pormenor; Ficaram bastante impressionados. O carro era negro. Practicamente novo, apesar de cheirar a mofo... Parecia de facto estar em excelentes condições. Negociaram o preço, chegando rapidamente a acordo... Jazno tratou do pagamento. Pertencia a uma família abastada, ligada a diversas monarquias europeias; dinheiro não era problema! No entanto, naquele momento não tinha muito para gastar, uma vez que tinha trazido consigo apenas uma pequena quantia...

Combinaram com o camponês que iriam buscar o carro depois de irem a um café, mesmo ali ao lado. Queriam falar em privado, para decidir como avançar a partir dali. Primeiro, decidiram que teriam que vender os cavalos. Não os poderiam manter, agora que tinham o carro, e iriam fazer longas deslocações. Falaram com o empregado de mesa do café, que lhes indicou uma pessoa que os poderia comprar. Para não lhes causar mais transtorno, o próprio empregado de mesa comprou-lhes os cavalos, sendo que ganharia algum lucro com a revenda dos mesmos ao já planeado comprador. Teriam agora que decidir o próximo passo. Mas antes, Jazno precisava de perceber como é que Dyamüs tinha recuperado o diamante, e o que pretendia com isso... Combinaram falar mais tarde, com tempo; na pensão, ou no carro: quando fossem a caminho do próximo destino. E pronto... decisões tomadas, hora de sair.

Dyamüs e Jazno foram, já de carro, para a pensão que a todo o custo tentavam evitar...

Estavam á porta. Fitavam atenciosamente a pensão de fora. A pensão era, no fundo, uma mansão antiga. Encontrava-se num beco, ao fundo de uma rua sombria. Diga-se de passagem: não contrastava com a rua... As sobressaídas gárgulas que nasciam das paredes escuras da pensão pareciam vigiá-los vorazmente... O tempo estava quente, mas ventoso. O vento que passava pelos recantos daquela rua parecia reproduzir o canto das velhas gárgulas... Tal como as gárgulas, toda a parede exterior da mansão era negra. Por toda ela se notavam, sem dificuldade, rachas profundas provocadas por humidade e, certamente, bastante idade e falta de cuidado com o estado de preservação da pensão. Toda a mansão parecia cair aos bocados... Jazno e Dyamüs entreolharam-se. Um momentâneo arrepio percorreu-lhes simultaneamente a espinha. Iam entrar...

(Eduardo Jorge e Mélanie Fernandes

Próximo capítulo: 'A pensão')

'A fuga' (Magnum)

Corria uma brisa gélida, cortando a calma e morna noite que parecia agora começar a agitar-se… Folhas arrastando-se penosamente coladas ao chão, e pequenos remoinhos de vento começando a formar-se, no pesado nevoeiro que se havia instalado… No horizonte, apenas vales escuros, florestas densas, rios negros e montanhas íngremes e inacessíveis podiam ser avistados… Felicidade, alegria, paixão, e emoção nunca tinham por ali passado, ou por ali sido sentidos… Era um lugar onde ninguém se aventurava a ir… Era uma zona negra; húmida e fria; irregular; temível, e tenebrosa!

Era, no entanto, neste lugar que vivia uma mulher… longe de todos, e longe de tudo... Encontrava-se completamente isolada do Mundo!... Tal mulher não poderia obviamente ser uma mulher vulgar… Era dotada de uma beleza raramente vista, tendo pele clara, olhos verdes profundos, lábios finos de um rosado suave, cabelo curto e liso, negro como carvão... O rosto era misterioso e de uma expressividade intensa, mas simples. O seu nome era Dyamüs. O seu físico era invulgar numa mulher. Era alta, e era magra. Não tinha um corpo escanzelado nem corpo de modelo. Tinha músculos bem definidos, parecendo conter dentro de si a força de um enorme animal enfurecido.

Estava sentada, à frente de uma lareira acesa. As chamas bailavam, produzindo uma forte e quente luz em tons de laranja. O seu calor preenchia a sala, composta por belos quadros, cadeiras, dois pequenos sofás e uma pequena mesa central. Aquecia-se, apesar de ser naturalmente quente. Sentia-se com um certo desconforto, pressentia algo… Dyamüs segurava nas suas mãos o que parecia ser um diamante puro e esculpido. Não um simples diamante, daqueles diamantes que se usa para joalharia ou outros fins fúteis e minimamente ‘normais’. Era muito maior, parecendo-se com uma peça de museu incalculavelmente valiosa. O seu formato era um tanto requintado, parecendo conter mistérios por detrás de tanta beleza… Dava sensação de poder. Poder universal e infinito… Era tão brilhante que reflectia as chamas de forma a que toda a sala se iluminasse sem necessidade de candeeiros ou luzes.

Dyamüs olhava para ele com um ar satisfeito e realizado. Começou a desmontá-lo. Ficou com seis pequenos diamantes provenientes do primeiro. Apesar de os diamantes partilharem, sem dúvida, a beleza do diamante que os originara, dava sensação de faltar uma peça para completar o grande diamante.

Cada um dos pequenos diamantes parecia conter uma cor diferente, o que tornava a visão dos diamantes, deslumbrante... Depois de algum tempo de contemplação, suspirou triunfalmente. Tinha cumprido o seu objectivo. Havia, no entanto, um misto de tristeza e perda, entre a glória e o triunfo…

De repente, ouviu-se um enorme estrondo. Tinha sido lá fora… Ouvia algo a aproximar-se… Sons estranhos e violentos sucediam-se. Dyamüs sobressaltou-se. A agitação no exterior crescia, entre o ambiente e algo mais. Mas, como se já esperasse que aquilo acontecesse, Dyamüs pegou num saco que tinha em cima da mesa. Pôs lá para dentro, à pressa, pertences de primeira necessidade, e saiu a correr. Deixou para trás a sua casa. Deixou a protecção de quatro longos e penosos anos. No entanto, a nostalgia era grande. Não podia esquecer-se do que aquele lugar tinha sido para si… Abandonava um refúgio, uma verdadeira ‘casa’. No entanto, não tinha tempo para se ‘despedir’. Tinha que se despachar. Deu uma olhada rápida pela sua casa, que sabia que iria ser destruída para sempre, e continuou. Tudo acontecia muito rapidamente. O ‘plano de fuga’ parecia já estar há muito definido…

Foi em direcção à floresta. Penetrou nela. Correu durante algum tempo, e parou perto de um enorme pinheiro, que era ladeado por uma zona de clareira, sem qualquer outra planta, que não conseguiria ali viver, devido á falta de Sol, provocada pela monumental sombra que este pinheiro produzia… Esperou algum tempo. Por fim, apareceu um homem com dois belos cavalos brancos, de aparência mitológica.

Tal como Dyamüs, ele era bem constituído, apesar de ter já uma certa idade. Notava-se pela expressão. No entanto, continuava radioso e com um ar saudável e até bastante juvenil... Antes de qualquer palavra surgir, um longo abraço!

Passado algum tempo de contemplação visual e percepção da realidade de um encontro há tanto esperado, começaram a conversa há tanto suspensa… Palavras presas soltaram-se e fluíram numa conversa sincera, não apenas de cortesia…

‘E então? Conseguiste?’ - perguntou Jazno.

‘Consegui!’ - respondeu Dyamüs, com triunfo claramente presente no profundo olhar.

‘Bem… Vamos mas é embora, antes que eles nos encontrem. Vamos por um trilho em direcção a Oeste. Lá existe uma pequena aldeia chamada Gwenvim. Lá podemos falar melhor e decidir o que fazer a seguir… Ainda fica longe, mas mesmo assim é a aldeia mais perto. ’

‘Claro… Já me tinha apercebido que não há muita gente por estas bandas… - fez uma pausa. - ‘Jazno?... Obrigado por teres vindo!...’

‘Oh! Não custou nada… Sabes que podes sempre contar com este velho amigo! Bem… eu só espero é que eles não te tenham visto empregar este caminho!’

‘Também eu! Mas acho que não viram… Vim pelo Sol. ’

Dito isto, e sem confiar na sorte, montaram os dois nos belos cavalos, e foram em direcção a Oeste a grande velocidade, de modo a chegar a Gwenvim o mais rapidamente possível. Algo os deveria brevemente perseguir…

(É este o nosso primeiro capítulo; comentem-no, para o podermos melhorar, ou apenas para ficar um registo da vossa opinião..é importante! Continuem connosco!)

Magnum - Prefácio

Magnum... Magnum é uma viagem. Uma viagem através do imaginário, que acontece no presente, neste planeta, no nosso espaço... Uma viagem, um objecto, um objectivo, um imenso universo de locais e pessoas, num misto de aventura, mistério, suspense, e emoções de cortar a respiração...

Este livro nasce da ideia original de Mélanie Fernandes, e será desenvolvido por uma dupla de autores: Mélanie Fernandes e Jorge Dourado (eu).

Queremos que viajes connosco, por estes caminhos nunca antes pisados (senão não seria original...), e que anseies a cada capítulo, o próximo.

Confesso que não sei qual será o efeito de um best-seller online, uma vez que pode cativar mais pela ânsia do capítulo seguinte, ou se, pelo contrário, este facto faz morrer a dita ânsia pelas 'próximas páginas'... Será uma experiência, que espero que corra bem... É uma ideia original, e, pelo menos do nosso conhecimento, nunca foi experimentado neste formato. A edição em papel é uma hipótese para o futuro...

Dedicamos este livro a todos os que nos apoiam e a todos os que gostamos! Um obrigado a todos...

(A cada semana, um novo capítulo será lançado...

Esperemos que gostem desta história 100% original, que forma assim o mais recente projecto do blog Novo Mundo... comentem!)

 
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