Sob Pressão (Magnum)

Dyamüs tinha acabado de acordar. Estava cheia de sono, mas um grande dia a esperava… Espreguiçou-se com grande satisfação. Já nem se lembrava de dormir num colchão!... Os seus olhos teimavam em não abrir definitivamente. Aquele peso, como chumbo, que lhe puxava todos os dias as pálpebras contra as pestanas inferiores, não a deixava levantar-se. Lá se levantou. Jazno acordou quando Dyamüs voltava da casa de banho, onde tinha estado a tomar banho. Já estava vestida e pronta para ir tomar o pequeno-almoço.

‘Vai tomar banho num instante que eu espero por ti aqui’ – pediu Dyamüs a Jazno. Jazno foi, ensonado, e voltou, já acordado. Estava ainda todo molhado, e em tronco nu. Trazia apenas a toalha pela cinta, e olhava Dyamüs com um misto de carinho e sensualidade. Jazno amava Dyamüs desde pequeno, e nunca o tinha escondido. A água escorria-lhe lentamente pelo músculo propositadamente contraído. Aproximou-se, passo a passo, lentamente, de Dyamüs. ‘Amo-te’ – disse. Esperou por uma resposta de Dyamüs, mas como esta não surgiu, Jazno aproximou-se dela de tal forma, que já lhe tocava. Pegou nas suas mãos, e encostou os seus lábios nos dela. Mas Dyamüs fugiu. Corria já pelo corredor fora... O coração de Dyamüs estava de tal forma preenchido com a força, a justiça, a liberdade, e a amizade, que não tinha espaço para amor. Dyamüs era bem sucedida nas suas lutas, porque renunciava a relações. Não se prendia a ninguém. Não temia morrer. Sentia, mas tentava evitar o sentimento, fosse ele qual fosse. Sentia que o amor a desviaria. Teria de ser forte, e continuar, firme, no seu lugar. Ela não tinha nascido para amar. Tinha nascido para ajudar. Para lutar. Para vencer!...

Dyamüs corria, escadas abaixo. Chegou à zona da recepção da pensão, e sentou-se na escada, no escuro, a chorar. Jazno era, a par de Earl, a pessoa de quem ela mais gostava; a pessoa pela qual ela tinha mais respeito; a pessoa pela qual mais consideração tinha; a pessoa com quem mais se identificava... Significava muito para ela. Mas não o amava! Nem queria amá-lo... Ficou ali, na escada, a chorar, sentido um peso gigantesco no peito, misto de culpa, de falta de coragem para arriscar, de receio, de pressão... muita pressão!...

Jazno chegou. ‘Desculpa’ – disse. – ‘Eu sei que te pressionei. Desculpa, desculpa, desculpa... Não sabes como me sinto mal de te ter pressionado, de ter mais uma vez tentado que me amasses, que sentisses o mesmo que eu... Desculpa!’. Fez uma longa pausa, esperando mais uma vez resposta de Dyamüs. Como não surgiu, ligou a luz. Dyamüs não contava responder, mas nem que o quisesse fazer, não o conseguiria. Todas as palavras que poderia usar ter-lhe-iam fugido, devido ao choque que o cenário que a luz lhe tinha trazido, lhe provocara. Baltazar estava pendurado por uma perna no majestoso candeeiro central da recepção da Pensão. Escorria sangue e estava amordaçado, com uma expressão de dor. Por baixo dele, Tormentors. Muitos Tormentors! Dyamüs e Jazno não reagiram. Chocados, olhavam fixamente para Baltazar, que estava inalcançável. Pela descrição do dia anterior, perceberam que aquelas criaturas eram Tormentors. Não percebiam nada. Por que é que os Tormentors estavam tão interessados a olhar para eles? E por que é que tinham prendido Baltazar se a sua estratégia tinha sempre sido indirecta? O cenário era arrepiante. Toda a entrada da pensão tinha sido destruída. A própria parede que separava este compartimento de um quarto, estava desfeita no chão, sendo a destruição visível em cada objecto. Havia diversas peças a arder, ainda que com labaredas bastante tímidas. Estava um calor intenso, o qual lhes tinha passado despercebido antes de a luz se acender. Mesmo junto a eles, atrás do corrimão, encontravam-se um telefone completamente partido, e os cadernos, lista telefónica e documentos de Baltazar, rasgados e queimados. A um canto, estava uma velhota, presa à parede por uma perna de uma mesa partida, que lhe trespassava o abdómen. Não conseguiram perceber se estava morta ou viva, mas o que é facto é que os ferimentos que apresentava eram extremamente graves, principalmente a ferida do abdómen, de onde brotava abundantemente sangue. Baltazar olhava fixamente para a senhora do canto; ela parecia olhar para os Tormentors; e os Tormentors olhavam para Dyamüs e Jazno. E estes dois continuavam estáticos, sem saber o que fazer perante tal situação... Esperavam que algo acontecesse, para saber como reagir. Um dos Tormentors tomou a iniciativa...

‘Olá, caros amigos! Benvindos à minha casa improvisada... Suponho que não saibam por que razão estou aqui hoje... Chamo-me Adamastor, e sou o Rei dos Tormentors. Não sei se sabem o que somos, mas se não souberem, também não faz diferença... O que eu quero, não depende disso... Vou ser bastante directo, cara amiga: Dá-me o diamante!...’

Dyamüs foi claramente surpreendida. Não esperava, de todo, que aquilo pudesse acontecer. Não sabia que fazer. Não podia, de todo, dar os diamantes a Adamastor! Decidiu questionar: ‘O que é que tu sabes sobre o diamante?’

‘Tanto quanto o teu amiguinho... Sei tudo o que lhe disseste ontem! Digamos que oiço bastante bem à distância... Mas nada disso interessa! Dá-me o diamante!...’ – Adamastor começou a falar mais alto. Começara a perder a paciência...

‘Nunca!’

‘Pois claro... Então e se eu der uma ajudinha ao teu amigo Baltazar a sair de lá de cima? Provavelmente vai subir ainda mais... mas só de espírito!’ – Adamastor riu-se às gargalhadas. Dyamüs não sabia o que fazer, e tinha cada vez mais dúvidas. Baltazar tinha sido uma pessoa fenomenal para eles no dia anterior, e aparentava ser uma pessoa simpática, pacífica e simples. Iria deixar ela que ele morresse? Mas também não poderia salvar Baltazar, comprometendo o futuro de toda a Humanidade!... Poderia no entanto salvar Baltazar, e depois recuperar o diamante salvando a Humanidade. Mas valeria a vida de Baltazar o risco de todas as outras? Mas mesmo que sacrificasse Baltazar, como sairia dali? Não estaria na mesma a pôr todas as vidas em risco? Dyamüs não se esclarecia. Apenas se confundia, mais e mais... Mortes, ia haver... Mas quais? E quantas? Estava tudo nas mãos de Dyamüs. O que é que iria fazer?

Mélanie Fernandes e (Eduardo) Jorge; Capítulos anteriores: Magnum

9 novas opiniões:

  1. Eduardo Jorge disse...:

    Desta vez há suspense e hora marcada...

    Nestas férias, Magnum volta em força (já que há tempo para escrever... :)

    Fiquem bem, espero que gostem! ;)

  1. Anónimo disse...:

    tou desexoja para ler.....

    tenhu a certeza k vai ser mais uma aventura emocionante :L


    bj

  1. Eduardo Jorge disse...:

    PS: Rádio Novo Mundo Verão'08 já disponível no fundo dos posts! ;)

  1. Joana disse...:

    ahh

    ja á algum tempo que nao apresentavame um novo capitulo!!!
    agr com as ferias, mais tempo...

    ainda vais ser mlhor!!!

    bem a vossa capacidade d escrever é notável, como ja tinha referido!!!

    este foi o meu preferido ate agr... sentimento q nao s revelam...expectativa!
    mto bom
    ;)

  1. Raquel disse...:

    mt bom...sensualidade mistério...
    A imaginar o próximo...xD

  1. Anónimo disse...:

    Dilemas..sao fantásticos em histórias destas !

  1. Eduardo Jorge disse...:

    Muito obrigado a todos! Continuaremos, agora mais intensamente. Oxalá continuem a gostar... muito mais se vai passar nos próximos capítulos...

  1. Anónimo disse...:

    ui.......

    k confusao!!!

    coitada da Dyamos (axo k e assim k s escreve)...

    xD

    adorei...

    Bjao

  1. Eduardo Jorge disse...:

    É mesmo Dyamüs xD Obrigado lau! ;)

 
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