Dyamüs estava claramente com dificuldades em começar... Nem sempre é fácil falar, mas desta vez era demais!... Custava-lhe tocar no assunto. Jazno seria a primeira pessoa com quem se abriria realmente... Olhava o quarto com visível nervosismo. Apreciava os quadros, as paredes, e tudo mais que servisse de pretexto para não falar. Mas tinha que falar... Não era justo para Jazno continuar na ignorância sobre o que ambos andavam a tentar fazer.
Apesar de passar despercebido, até porque se encontrava escondido, um Tormentor observava Jazno e Dyamüs. Era costume na pensão. Muitas vezes os Tormentors descobriam segredos dos hóspedes, e utilizavam-nos de seguida de forma a destruir-lhes a vida. Para o Tormentor, estes seriam apenas mais uns…
Dyamüs preparava-se para começar. Respirou profundamente. Olhou Jazno nos olhos, e começou finalmente: ‘Eu… Eu e o meu irmão, Earl, procuramos e encontramos o lendário diamante Magnum. Este Diamante é, para muitos, apenas parte de uma Lenda dos Himalaias, mas esta suposta lenda não passa da mais pura das verdades!... Mas bem... comecemos pelo princípio. Tudo começou quando eu e o meu irmão soubemos da existência de uma seita que procurava o Diamante. Nós próprios não acreditávamos na sua existência, até conhecer este caso dos Experts, que o procuravam ansiosamente. Este grupo é formado por cientistas, historiadores e políticos de grande relevo internacional; Estes últimos procuram uma nova arma que lhes permita um domínio total sobre os seus inimigos. Os cientistas querem perceber o funcionamento deste estranhíssimo artefacto, e os historiadores estão interessados em conhecer a sua importância no passado. Aliaram-se todos nesta seita para lhe deitar a mão e partilhar o seu poder. Magnum seria de facto o ideal para todos eles. Mas algo com o poder deste diamante nas mãos de alguém que provocasse a Guerra, a dor e o mal, tornar-se-ia no desastre total para todo o Mundo. Eu e o Earl, meu irmão, decidimos então que teríamos que os impedir de o conseguir. Afinal de contas, os nossos pais sempre nos educaram no sentido de proteger os outros. Pois bem... após uma pesquisa de quase um ano, partimos à procura do Diamante. Tínhamos quase a certeza quanto à sua localização, mas não havia certezas absolutas. Partimos em sua busca, e, como já percebeste, encontramos o diamante. O diamante é constituído por sete partes. Uma parte central, que é a parte mais importante do diamante, e seis outras pequenas partes, cada uma com sua cor, que completam o diamante. Apenas se estiver completo, o diamante alcança em pleno as suas potencialidades. Magnum permite um controlo sobre a Natureza, e sobre o tempo. Mais especificamente, permite distorcer o tempo. Não se pode avançar ou recuar no tempo, mas pode-se fazer com que um segundo passe num ano ou vice-versa, sendo que apenas tu, e quem tu escolheres, sente essa alteração. Os outros continuarão a viver o tempo normalmente, e ver-te-ão a movimentar extremamente rápido, sem de facto se aperceberem do que se passa. Se tiveres apenas a zona central do diamante, podes controlar de forma regional e limitada a Natureza. Quando descobrimos o diamante, eu e o Earl decidimos que teríamos que nos separar. Eu ficaria com os seis pequenos diamantes e ele com a parte central. Cada um de nós esconder-se-ia depois numa zona remota, onde não nos pudessem encontrar. Deixaríamos passar a vontade da seita em encontrar o diamante, e aí destrui-lo-íamos em segurança. O diamante é destruído apenas se for derretido. Ao ser derretido, não volta à forma original, uma vez que o diamante é um mineral extremamente raro, e que necessita de condições muito exigentes para se formar. Uma vez derretido, não passa de um simples composto de carbono como a grafite. Este diamante só pode ser destruído se estiver inutilizado num período de mil anos. Por isso é que não o podemos utilizar de forma a destruir a seita. Seria depois impossível destruí-lo. E enfim... Estive mesmo quatro longos anos naquela horrenda cabana. Eu e o meu irmão mantivemo-nos sempre em contacto, e recebíamos sempre as notícias que a seita não tinha desistido. A certa altura, descobriram que nós tínhamos o diamante. Tinham descoberto o local onde o diamante estava e viram que já lá não se encontrava. Pouco tempo depois souberam do nosso desaparecimento, e facilmente relacionaram. Procuraram-nos com a ganância de vir a ter o diamante nas mãos. Quando soube que tinham descoberto onde eu estava, mandei-te uma carta a pedir ajuda. E chegaste mesmo a tempo! Neste momento, o nosso objectivo é cada um de nós, eu e o Earl, destruir a sua parte do diamante. Não vale a pena estarmos à espera que os Experts (como se auto-intitulam) desistam, porque isso não vai acontecer!... E pronto... O resto já sabes. Depois estiveste comigo... ’
‘Pois... bem, mas que história! Não estava a ver a situação tão complicada!... Estou a ver que temos um longo trabalho pela frente, não é? Evitar os Experts, e conseguir chegar a uma cratera de vulcão activo, que é a zona onde se pode derreter um diamante... Bem... Fácil não vai ser, mas eu estarei sempre aqui a teu lado! Conta comigo!’
Dyamüs sorriu. ‘Obrigada, Jazno. Tens sido crucial neste percurso louco, destas últimas horas... Obrigada!... ’. Concluíram a conversa com um longo abraço...
O Tormentor que os vigiava nunca pensou ouvir uma conversa daquele género. Sem hesitar, lançou-se pelo cano abaixo e correu pelo escuro. Não podia esperar nem mais um minuto para contar tudo aquilo ao seu chefe. Movimentava-se, tal como os outros Tormentors, de forma astuta e silenciosa, quase despercebida... Parou. Tinha chegado ao seu destino.
Entrou por uma pequena toca, que desembocava numa fenomenal estrutura subterrânea. Era a Casa Real dos Tormentors. Era ali que vivia o Rei dos Tormentors, Adamastor, e a sua família. As paredes eram ricamente ornamentadas, e terrorificamente decoradas. O vermelho era a cor predominante na sala que de luz, pouco tinha...
O Tormentor que tinha vigiado Dyamüs e Jazno pediu que chamassem Adamastor, e rapidamente o pôs a par da história que havia ouvido. A história de Dyamüs e Jazno não tinha deixado o Rei nada indiferente... Era visível o brilho nos olhos de Adamastor. Estava em alvoroço! Não passou muito tempo, decidiu que teria de deitar as mãos ao diamante. Já traçava um plano para conseguir juntar as duas partes, e assim ter todo o poder para trazer a infelicidade aos seres humanos e animais. Sabia que não poderia matar Dyamüs, porque sem ela nunca encontraria Earl. Também não convinha assassinar Jazno, pois ele é que ajudava Dyamüs, e, sem ele, ela poderia desistir. Mas tinha de ter o diamante! E precisava de submeter Dyamüs a uma forte ameaça. Uma ameaça de morte!... Repentinamente, lembrou-se. Podia perfeitamente ameaçar Dyamüs com a morte de Baltazar! Afinal de contas, se o dono da Pensão morresse, até nem lhe causava qualquer transtorno; pelo contrário... E pronto! O plano estava traçado. Seria pela manhã... Quando Dyamüs fosse a abandonar o Hotel, pedir-lhe-ia o diamante, ameaçando a morte de Baltazar. Será que Dyamüs ia ceder?
Mandou reunir e preparar os seus Tormentors. Iam partir... Sem piedade, sem pena, sem medo, sem calma, friamente... Cheirava a Morte em Gwenvim!...
(Para ver todo o livro: Magnum)
Mélanie Fernandes e (Eduardo) Jorge
E pronto... aqui está o já há tanto prometido 4º capítulo...
Ao ciontrario do que estavamos á espera, ficou maior do q o q esperavamos e o q se esperava ser 4º capitulo tera q ser 4º e 5º!
Esperemos que gostem! A emoção que disse que este teria, virá mais intensamente ainda no 5º capítulo