Educação: Ignorância ou mentira?

Ora que belo serão... Acabei de ver, aí há meia horita, a cara ministra da Educação (que de tal assunto pouco percebe), dar uma entrevista a Constança Cunha e Sá no seu programa em estreia 'Cartas na Mesa' (TVI).

De tanta resposta que nada tem a ver com o sistema de educação em que me insiro, fico claramente na dúvida: será que a ministra sabe como a Escola está? Ou será que sabe e já anda a preparar as eleições? O que a mim me preocupa é que a ministra falar, sabe. E convence, com tanta palavra bonita, os portugueses que não estão dentro da educação.

Mas bem... se analisarmos bem os comentários da ministra, vemos facilmente as incoerências que comete. Senão vejamos:

1º - Disse que os professores não podem ser avaliados pelas notas dos alunos nos exames, uma vez que essas notas poderão estar ligadas à existência de explicadores e não há qualidade do ensino do professor. Pois bem... se as notas dos exames, que são iguais para todos os alunos, não podem avaliar o desempenho de um professor, os testes do professor podem? Quando, nesse caso, o bom professor continuará a dar os testes da mesma forma, e o mau professor os fará mais fáceis, e ajudará os alunos, tendo em vista uma melhor avaliação? E as explicações não existem para os testes também? E que culpa tem um professor de ter alunos mais inteligentes ou menos inteligentes? Pois é... acabou por auto-criticar a avaliação que tanto defende como essencial. A avaliação deve ser feita, mas não deve nem começar no fim do ano, nem ter tópicos dos quais os professores não dependem.

2º - A ministra considerou que antigamente os alunos eram seleccionados, e os melhores, que tinham competência, passavam, e os outros eram deixados para trás. Diz que hoje o objectivo do ensino é escolarizar todos, e por isso a transição deverá ser tentada até ao último recurso. Pois bem... o que é que Portugal ganha se tiver 90% da população escolarizada, se nada sabem? Melhorará a qualidade de vida? O que o Ministério tem que perceber é que não é por ter um diploma que as pessoas vão viver melhor. Se o objectivo é educar, facilitismos não devem ser cedidos, pois os alunos serão depois mal-sucedidos na vida futura, uma vez que nunca foram habituados à exigência.

3º - A ministra considera que, ao fazer com que um aluno deixe de poder reprovar por faltas, e passe a fazer uma prova ao fim de x faltas dadas, está a tornar a estes alunos a vida mais rigorosa... E para além disto, que efeito terá num aluno que nunca aparece na escola, o acompanhamento de professores, depois de x faltas? Se nem á escola vai, como é que pode ser ajudado pelos professores? Para além destas alterações, o estatuto do aluno prevê ainda que deixe de existir a justificação de faltas. As faltas justificadas e injustificadas contarão igualmente para contagem de faltas até à prova de conhecimentos.

Enfim... eu não me quero alongar mais, porque quero que as pessoas leiam este post (se for um testamento não lêem!), mas muito mais teria a dizer. Em próximos posts, tentarei debruçar-me sobre os cursos 'Novas Oportunidades' e sobre os meios que são dados às escolas, quando estas nem têm sequer local onde os colocar, ou forma de os usar. Enfim... construir casa sem telhado, dá mau resutado. Mas isso será assunto de uma próxima reflexão... Neste momento, comentem este post, e a entrevista da ministra (concordam com ela?)... Fiquem bem!

6 novas opiniões:

  1. Anónimo disse...:

    A ministra da educaçao ao pretender passar os alunos à pressão, só os induz a aplicarem-se ainda menos, pois estes já sabem que vao passar...
    enfim d certeza que n está a par do que se passa.
    bom post eduardo

  1. Eduardo Jorge disse...:

    Sinceramente custame a perceber se será mentira ou ignorancia... o q de facto me apercebo é q a teoria da dona ministra (e da sua eqipa, q ela n pensa sozinha! - os males do pais nao estao so em Maruia de Lurdes Rodrigues) é mt bonita, mas na pratica so se traduz em burocracia! E opara burocracia temos q chegue.

    Por outro lado... Não acrescentar direitos as pessoas td bem, mas tira-los axo lastimavel

    fiquem bem!

  1. Anónimo disse...:

    Ela contradiz-se sempre!!!uma pessoa até fica confusa quando a ouve numa entrevista...

    Eu acho que este mau ambiente entre professores-ministra e alunos-ministra, só faz com que os alunos gostem cada vez menos da eescola e os professores cada vez menos de dar aulas!

    E depois ainda fica surpreendida com vídeos na internet e outros comportamentos...

    Pois é senhora ministra esta é que é a realidade,mas a sra. sentada na secretaria a mandar leis e sem avaliar as suas limitações e lógica não vai longe!!!

  1. Maguie disse...:

    Eu nao tive oportunidade de ver a entrevista.

    De facto a Sr.ª ministra não trabalha sozinha. Porém existe algo que me confunde imenso: de escola para escola, e mesmo dentro de uma escola existem núcleos de alunos muito diferentes (em termos de postura e objectivos) daí que as decisões e métodos qunado tomados uniformemente querem reflectir resultados positivos ? (mesmo existindo já o ensino profissional).

    A função de cada um tem de ficar clarificada, e ser orientada com rigor e sentido de entrega...porque caminhar em terrenos pantanosos é para afundar...

    É necessária uma bússola.

    Claramente não é facilitar. Eu já pertenci a um Conselho Pedagógico, e as instruções eram mais do que evidentes: Facilitar ( =empobrecer). Vêem a solução nos números, perdem-se, iludem e tornam a Escola mais fraca. A isto chama-se Deseducação !

    Eu gosto da escola. E porquê ? Porque existem professores e colegas meus que querem ver este País maior !

  1. Anónimo disse...:

    Espero que não fiquem chateados por estar sempre a intrometer-me, mesmo sem vos conhecer! xD Mas, prezo iniciativas como esta, e penso que se me é concedida a oportunidade de me expressar, devo aproveitá-la!
    Por acaso não assisti à estreia do programa, mas tive já oportunidade de escutar algumas das suas entrevistas, nomeadamente a "Grande Entrevista", na companhia da minha mãe (que é professora), e posteriormente debater com ela o estado da educação em Portugal, e o novo estatuto do aluno e do professor. No meu entender, o discurso da ministra é deveras fluente e ponderado, e a sua postura, quando interpelada, transmite resolução e confiança na sua política. Não me recordo de a ter visto exaltada ou hesitante. Contudo, concordo que, nem sempre, os seus raciocínios são válidos.
    Discordo com certas medidas tomadas pelo Ministério da Educação, mas apoio a intenção de avaliar os professores, mas não através do método proposto, já reformulado, mas ainda repleto de incoerências. Muitos dos problemas que surgem no seio escolar têm origem na indisciplina vivida na família. Todavia, os pais deverão participar activamente da comunidade escolar, como ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO, e não como meros progenitores que confiam a educação cívica a professores, e ao grupo de amigos! Os professores não são amas, têm estudos, e merecem ser respeitados! Detêm autoridade, mas não a exercem de modo absoluto ou limitador! Aposto que se todos nós (alunos) demonstrássemos o mínimo de consideração para com professores e auxiliares de educação, o ambiente escolar seria tremendamente melhor, o ensino tornar-se-ia mais dinâmico, com professores e alunos mais confiantes e entusisasmados! O mal é a maioria da população não entender que a liberdade responsável é aquela que permite ao ser humano emancipar-se, evoluir!
    Só mais uma coisinha xp : em Inglaterra, os alunos são submetidos apenas a dois testes escritos, sendo-lhes exigido trabalho contínuo ao longo de todo o ano lectivo. Resultado: interiorizam melhor os conhecimentos, devido ao estudo diário, e consolidam-nos eficazmente. A mim, agrada-me este método, semelhante ao projecto Bolonha, já em vigor nas nossas universidades!
    Por último, as greves dos alunos, já sem eficácia, de tão repetidas e insuficientes serem os seus propósitos, deveriam ser reinventadas. Os estudantes deste país deveriam mobilizar-se para demonstrarem ao governo que se identificam com os protestos dos professores, e que estão do seu lado! A amizade e a coesão são as bases para o sustento de qualquer comunidade, e facilitam bastante as relações humanas.
    Sei que é uma maçada ler comentários tão extensos, mas eu prometo ausentar-me por uns bons tempos!
    Fiquem bem, e não desistam de enfrentar as injustiças de um regime de direito - desobediência civil justificada! Afinal, nós somos os futuros cidadãos, e governadores!

  1. Eduardo Jorge disse...:

    Bem... Sara, eu devo dizer que para fazeres comentários como os que tens feito, o que a mim me chateia é não voltares! Por favor continua a 'meter-te' e a participar, porque o objectivo não é limitar isto a gen te da turma, mas sim abrir para o Mundo! Continua! Para mostrar como gostei mesmo do comentário (que não está longo, está como deve ser!), este comentário será esta semana o 'Comentário da Semana'.

    PS.: não desistirei!

 
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