É nem mais nem menos que uma questão de implicação lógica, de que tanto gostava Descartes. O argumento de Descartes que pretende provar a existência de um Ser Perfeito – comummente chamado de Deus – não passa de um crasso erro lógico que se arrastou pelos tempos. Dizendo ter por base a lógica e os argumentos dedutivos e rigorosos, mas usando uma verdadeira artilharia retórica como prova, René Descartes afirma que Deus existe porque está presente na sua mente, e ele, como ser imperfeito, não o poderia ter criado, visto Deus ser a mais perfeita concepção de perfeição. Logo, teria sido Deus a implantar nele aquela noção de si próprio. Não querendo eu insistir nos inúmeros argumentos anticartesianos já conhecidos, tento provar através do próprio argumento cartesiano, o seu falhanço.
Descartes afirma que um Ser Imperfeito não poderia criar algo Perfeito. Não poderia estar mais em desacordo. O facto de eu dizer que uma televisão não é perfeita, não implica que esta não emita radiações de cores perfeitas quando criteriosamente comparadas com as cores de captação das câmaras de televisão. Ou seja: o facto de alguma coisa não ser perfeita não implica que não seja perfeita a desempenhar um determinado papel; perfeito é aquilo que não falha em nada, e imperfeito é aquilo que não é perfeito em tudo, não implicando que não seja perfeito em algum campo observado. Como tal, o Imperfeito pode criar o Perfeito, porque esse Imperfeito pode ser um Criador Perfeito no que toca a imaginação. Por outras palavras, o Homem pode não ser Perfeito (não é), mas poder ter uma Imaginação Perfeita, que lhe permite imaginar tudo o que existe, e qualquer coisa que queira, ainda que esta não exista. Provas? A Ciência acreditou durante centenas de anos que o Éter existia, substância invisível que transportava a Luz. Pura ilusão. Hoje sabemos que (à partida) a luz viaja no vazio. E o Homem conseguiu criar na sua imaginação algo que não existia de facto.
Mas para além de não ser válido, o argumento de Descartes parece levar-nos precisamente à conclusão oposta à defendida: que Deus não existe. Porquê? Então pensemos: Descartes acredita ser um Ser Imperfeito. E acredita que Deus o criou. Ou seja, acredita que o Perfeito criou o Imperfeito. E isto sim, já não pode acontecer. Enquanto que a afirmação cartesiana não é logicamente necessária, a oposta é-o. Se Deus é Perfeito tem que o ser em todos os campos. Se não for Perfeito em tudo, não é Perfeito. E se de facto Deus criou o Homem, ser Imperfeito, não é um Criador Perfeito, pois um Criador Perfeito criaria Objectos Perfeitos, algo muito distinto do Homem. E se não é um Criador Perfeito, deixa poder ser Perfeito. Feita a análise do argumento de Descartes, conclusão: Deus, como Ser Perfeito, não existe.
Concordo com tudoxD
Pa desmisitficar a ideia tambm de Deus todo poderoso, omnipotente.
Imaginem q Deus cria uma pedra tao grande q n consegue erguer. Daqi tiramos a conclusao q deus n e omnipotente pq n consegue erguer a pedra. Caso consiga tambm n e omnipotente pq n consegui criar uma pedra q n conseguisse levantar.
PS: Provavelmente ja leram isto em algum lado, digo eu