O desemprego e o espermatozóide

Consta actualmente que a taxa de desemprego sobe em flecha; consta que não deverá parar de subir. As pessoas deixam um trabalho, uma empresa fecha, e as pessoas consideram-se mortas. Não há dúvida que o desemprego é um terrível mal da sociedade actual; Não há dúvida também que há gente que por incapacidades inerentes a deficiências ou idade, tem poucas oportunidades; Não há dúvida que um licenciado em Economia não queira ir trabalhar no McDonald’s. Mas se o caso deste se trata de vida-ou-morte, porque é que este não aceita um trabalho que lhe dará dinheiro para comer?

Muito se fala de falta de emprego, mas mais que isso há falta de vontade para trabalhar. É certo como já denotei acima que há gente que por razões diversas não é mesmo aceite num certo emprego. Mas não deixo de me questionar o porquê de dia após dia se repetirem anúncios de trabalhos nos jornais, por ninguém os querer. Trabalhos menos agradáveis, mas suficientemente aceitáveis para viver.

Ainda recentemente a Magda denotou que o tio anda à procura de alguém para trabalhar na sua empresa, e ninguém aparece para o trabalho. Ninguém o quer. Numa altura destas, as pessoas não deviam recusar emprego após emprego que lhes é oferecido nos Centros de Emprego. É tempo de trabalhar e fazer um esforço. Numa altura destas uma oferta de emprego não deveria ser uma sala às moscas. Devia ser como um óvulo, em que milhões de espermatozóides tentam entrar, dando tudo de si, esforçando-se com o muito pouco que têm, tentando triunfar, vencer, e ser o «escolhido». Uma luta que vale a pena: dela nasce um fruto, um futuro, uma vida…

3 novas opiniões:

  1. Anónimo disse...:

    uma analogia bastante interessante.

    precisamente, um trabalho que não exige muitas qualificações e para as circunstancias bem remunerado.

    nao sei até que ponto as vagas de despedimentos actuais são limpas, ou seja, se efectivamente as empresas se encontram em tão más condições. nao se tratarao de manobras calculadas?

  1. Eduardo Jorge disse...:

    Estou certo de que de facto muitos dos despedimentos são de facto «calculados». Mas se calhar ALGUNS deles até safam outros, se é que me faço entender. Volto a referir que a falta de esforço não se aplica a todos, mas que de facto há gente que podia lutar pela sua vida, e não esperar pelo subsídio de desemprego ao fim do mês, esperando que um emprego de luxo lhes caia do céu. Há necessidade de renovação de mentalidades para além da economia. Veremos se esse dia alguma vez chegará...

 
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