(Eis o 2º capítulo do nosso livro online... Antes de ler este post, ler o anterior 'A fuga' (Magnum))
A aldeia parecia agitada... Os habitantes de Gwenvim andavam a passo rápido, e não paravam por um segundo. Nem com cumprimentos, nem com conversas de cortesia se pareciam preocupar...
Jazno e Dyamüs tinham acabado de chegar. Seguiram as indicações dos habitantes, em direcção a uma pensão, onde passariam a noite... A pensão era simplesmente assustadora! Qualidade, não seria com certeza a palavra da casa!... No entanto, não havia nenhuma outra na pequena aldeia... teria mesmo de ser ali!... Era de tal forma chamativa, que preferiram ir tratar dos assuntos pendentes antes de fazer o ‘check in’.
Precisavam de um carro. Já não suportavam andar de cavalo... Já tinham algumas dores, e o cavalo não é propriamente o transporte de eleição do século XXI...
Abordaram diversas pessoas; finalmente, encontraram alguém que tinha um carro para venda. Pela descrição do camponês, o carro não era mau de todo, e convinhamos que ficava em conta... Seguiram o camponês até casa. A casa era velha e pobre, mas extremamente acolhedora... Lá, viram o carro mais em pormenor; Ficaram bastante impressionados. O carro era negro. Practicamente novo, apesar de cheirar a mofo... Parecia de facto estar em excelentes condições. Negociaram o preço, chegando rapidamente a acordo... Jazno tratou do pagamento. Pertencia a uma família abastada, ligada a diversas monarquias europeias; dinheiro não era problema! No entanto, naquele momento não tinha muito para gastar, uma vez que tinha trazido consigo apenas uma pequena quantia...
Combinaram com o camponês que iriam buscar o carro depois de irem a um café, mesmo ali ao lado. Queriam falar em privado, para decidir como avançar a partir dali. Primeiro, decidiram que teriam que vender os cavalos. Não os poderiam manter, agora que tinham o carro, e iriam fazer longas deslocações. Falaram com o empregado de mesa do café, que lhes indicou uma pessoa que os poderia comprar. Para não lhes causar mais transtorno, o próprio empregado de mesa comprou-lhes os cavalos, sendo que ganharia algum lucro com a revenda dos mesmos ao já planeado comprador. Teriam agora que decidir o próximo passo. Mas antes, Jazno precisava de perceber como é que Dyamüs tinha recuperado o diamante, e o que pretendia com isso... Combinaram falar mais tarde, com tempo; na pensão, ou no carro: quando fossem a caminho do próximo destino. E pronto... decisões tomadas, hora de sair.
Dyamüs e Jazno foram, já de carro, para a pensão que a todo o custo tentavam evitar...
Estavam á porta. Fitavam atenciosamente a pensão de fora. A pensão era, no fundo, uma mansão antiga. Encontrava-se num beco, ao fundo de uma rua sombria. Diga-se de passagem: não contrastava com a rua... As sobressaídas gárgulas que nasciam das paredes escuras da pensão pareciam vigiá-los vorazmente... O tempo estava quente, mas ventoso. O vento que passava pelos recantos daquela rua parecia reproduzir o canto das velhas gárgulas... Tal como as gárgulas, toda a parede exterior da mansão era negra. Por toda ela se notavam, sem dificuldade, rachas profundas provocadas por humidade e, certamente, bastante idade e falta de cuidado com o estado de preservação da pensão. Toda a mansão parecia cair aos bocados... Jazno e Dyamüs entreolharam-se. Um momentâneo arrepio percorreu-lhes simultaneamente a espinha. Iam entrar...
(Eduardo Jorge e Mélanie Fernandes
Próximo capítulo: 'A pensão')
Muito bom mesmo. Capítulo após capítulo cada vez a história fica mais interessante e a curiosidade aumenta...
Simplesmente tou a adorar :)
bjs
Joana R.