A queda de um anjo

por JEAN-PAUL LARES
No passado sábado, em pouco mais de um minuto, João Moutinho conseguiu ferir de morte uma imagem construída ao longo de três anos e meio de empenho, dedicação, profissionalismo e altíssimo rendimento. Influenciado pelas dificuldades da sua vida privada e, eventualmente, pressionado por quem mais beneficia de uma transferência imediata, o jovem médio optou por proferir palavras incompatíveis com o estatuto de símbolo que o seu trajecto lhe conferiu. Podem dizer-me, é certo, que nunca pediu para ser dado como exemplo, mas seria obrigado a retorquir com o óbvio: nunca o recusou. Pelo contrário, aceitou usar a braçadeira de capitão, que lhe conferia ainda maiores responsabilidades. Ora, com idade - e a maturidade que todos lhe reconhecem - para decidir por si, teria também de possuir a consciência das consequências das suas acções: ao trazer para fora da esfera verde e branca as suas preocupações, transformando-as em exigências públicas, estava a precipitar a criação de uma conjuntura que nunca o poderá beneficiar. Pelo contrário, Moutinho provocou uma situação que, independentemente do desfecho, só o prejudica: se lhe fizerem a vontade, parte para um clube de segunda linha onde não vai encontrar as condições especiais de que necessita para jogar ao mais alto nível; se ficar, não mais será o "João Moutinho". Esse, desapareceu, provavelmente para sempre, naquele infeliz minuto. Possa o Sporting, quem lhe está próximo e, eventualmente, um futuro clube, auxiliar aquele que é um dos mais valiosos talentos do futebol português, para que este não se perca no triste pântano que ameaça engoli-lo.

Numa fase em que preparava, de forma estruturada e eficaz, o ataque ao título de 2008/09, o Sporting vê a concretização de tal ambição ameaçada por problemas que lhe são completamente alheios. É um duro golpe, com efeito duplo: além do risco de perder um elemento nuclear, fica a "traição" de um símbolo que os leões se disponibilizaram, de pronto, a apoiar nesta fase difícil da sua vida.

in OJogo

10 novas opiniões:

  1. Fábio André disse...:

    EHHEHEHEHEHEHEHE


    WAWAWAWAWA

    (riso maléfico)


    adorei estas declaraçoes!

  1. Anónimo disse...:

    Umas declarações nao tão boas mas certamente com muita pressao por detrás. Mas o clube tem estado à altura e não alimenta qualquer polémica que pudesse ter surgido dando assim apoio a esse grande jogador que é o JM !

  1. Eduardo Jorge disse...:

    Sem dúvida! (amanha faço um comentario melhorzinho mas n podia deixar de concordar cm a Magda!)

  1. Fábio André disse...:

    pois claro,... por isso é k os restante plantes está em total desacordo no que toca o "JM" continuar a ser capitão...

    sim sabe estar a altura,... sem dúvida... kerer manter um jogador num clube onde ele nao ker e mxm dpx d saber k ker sair é saber gerir...

    claro que toda a gente sabe k um jogador contrariado joga k se farta...

  1. Eduardo Jorge disse...:

    Ora aí esta 1 equivoco! Ele n qer deixar o sporting. ele qer sair de ao pe do pai, e qer por outro lado resolver problemas de ordem financeira. ha-de resolver-se e ele ficara de bom grado, com os problemas resolvidos (ate pq o everton é um clube cm objectivos inferiortes dos do sportig). isto sim e boa gestao!

  1. Anónimo disse...:

    Há conceitos aparentemente dissonantes que não são necessariamente incompatíveis - assim reinem a vontade de os conjugar e a capacidade de criar e gerir o equilíbrio que não anule nenhum dos dois. A firmeza e a subtileza, por exemplo, não se anulam, não se matam. Podem, inclusive, coabitar na sustentação das decisões mais ponderadas e de um modelo de liderança justo e com larga margem de sucesso. Porque a firmeza não tem necessariamente de ser bruta, e a subtileza não denuncia obrigatoriamente fraqueza. Firmes e subtis, os leões têm em mãos um caso delicado de conduzir, com o capitão incomodado... com o incómodo que criou, o jogador nuclear magoado com a mágoa que causou, o ídolo destroçado pela imagem que destruiu. É óbvio que nada no futebol é eterno, a memória das multidões é curta, e o sempre é tão efémero como o nunca - o momento é tudo. O momento, para João Moutinho, é delicado - mais delicado do que antes do final do jogo com o Blackburn, quando anunciou querer sair. A sair agora, o capitão, que constatou, com uma declaração de quinze segundos, como é efémero o estado divino de que gozava, terá de enfrentar a firmeza da SAD, que se manterá intransigente na defesa dos interesses leoninos, e a desilusão dos adeptos, que viam nele a personificação do Sporting. A ficar, terá pelo menos de enfrentar a mágoa e a revolta dos leões que sentiram a traição da morte de um mito. É aqui que entra a subtileza da SAD: de não esconder o capitão nem de expô-lo desnecessariamente. À fragilidade de Moutinho, a SAD deverá responder com agilidade de liderança. Porque ainda há retorno, não é (ainda) um caso de ruptura irreversível.

    Mário Duarte

  1. Anónimo disse...:

    ´Concordo plenamente, ao mesmo tempo que não há grande exposição por parte do clube, também não se torna um esconderijo. O JM não deixa de ser susceptível à ambição, à pressão apenas por ser capitão. Por ser um elemento tão acarinhado pela equipa, com mérito reconhecido como alguém que a une, tem de ser apoiado neste momento em que tropeçar não significa ficar sem a perna, 'apenas' fracturá-la.

  1. Fábio André disse...:

    óh edurado k gestao???

    Uma direçao k ker manter um jogador no plantel contrariado nao é saber gerir...

  1. Eduardo Jorge disse...:

    Não se trata de ser 'contrariado', mas 'condicionado'. Se as condições q o fazem qerer rumar a outras paragens forem resolvidas, ele ficará não só de bom grado como melhor q numa eqipa sem ambiçao como o Everton. No entanto para recuperar o estatuto q tinha julgo q terá de pedir desculpas publicament eao sporting e agradecer td o q foi feito por ele.

  1. Eduardo Jorge disse...:

    "Moutinho pede desculpas, declara que tem vivido tempos pessoais conturbados, mas que o Sporting não só é alheio a esses problemas, como sempre o apoiou para a resolução dos mesmos"

    No blogue "Centúria leonina"

 
Oasis - Live Forever A Fine Frenzy - Whisper A Fine Frenzy - Ashes and Wine