Não. Foi esta a resposta de Medvedev e Putin à proposta de cessar-fogo assinado em papel oficial pelo presidente georgiano, tendo os russos alegado que os militares da Geórgia continuam a 'actuar' na Ossétia do Sul (sendo a Ossétia território georgiano, estão a defender-se! Não deviam?).
Pois bem... E sem cessar-fogo, a Rússia não faz por menos, e movimenta um autêntico arsenal de guerra para territórios da Geórgia. Para além dos caças e bombardeiros que continuam a bombardear não só a Ossétia do Sul, mas toda a Geórgia (com principal foco na capital Tbilissi cujo aeroporto foi destruído, e cujas zonas de habitação civil foram supostamente bombardeadas em plena noite), Moscovo movimentou tanques, aviões de guerra, navios porta-aviões, navios-bombardeiro, artilharia pesada e milhares de homens para àguas e terreno georgiano. A invasão foi nas últimas horas alargada, nomeadamente à zona rebelde da Abkhasia (regime de república separatista). O Exército Russo emitiu um ultimato às forças da Geórgia na Abkhasia, para entregarem as armas ou enfrentarem um ataque, tendo a Geórgia rejeitado de imediato esta exigência. As tropas georgianas são incapazes de se defender, utilizando rockets contra a armação pesada russa. Já foi pedida ajuda internacional.
Entretanto, Vladimir Putin, através de uma televisão russa, mandou 'uma mensagem ao Mundo', em que rejeita acusações de mortes de civis georgianos, e declara ter prendido dez espiões do inimigo, alegando que estes preparavam ataques terroristas. Putin disse ainda que lamenta a oposição à sua 'acção' por parte dos EUA, que ajudaram as tropas georgianas que se encontravam no Iraque a deslocarem-se para o seu país. Entretanto, a União Europeia mandou enviados de paz a Tbilissi e Moscovo para gerir conversações (um deles será Sarkozy).
No meio de toda esta confusão (que poderá brevemente ter intervenção internacional), não percebo uma coisa: porque é que a Rússia invadiu a Ossétia, e vai invadir a Abkhasia? Interesse político? Interesse económico? Ajuda a movimentos separatistas do género da ETA? Não percebo...